- Clayton teve cancer e está lutando contra a doença. Desde que ficou doente, não esteve em sala de aula, é a primeira vez que ele volta pra sala depois da doença. Está se desculpando porque está ainda tentando organizar os pensamentos na cabeça e foi emotivamente aplaudido por todo mundo;
- Porque o sucesso é tão difícil de manter? Essa pergunta guiou a carreira academica do cara;
- Inovação e crescimento são efetivamente coisas tão imprevisíveis que apenas uma em dez iniciativas de firmas nascentes e promissoras se torna bem sucedida?
- Princípios que ensinamos (nas escolas de negócios) e que não são sempre verdade:
- Foque investimentos onde o retorno é mais atrativo
- Mercados grandes geram mercados maiores que pequenos mercados
- Terceiriza atividades de baixo valor agregado que não são sua core competence
- Entender o cliente é a chave para inovar com sucesso
- Clayton argumenta que sempre existe um movimento de centralização seguido pela descentralização. Usou a história dos mainframes e sua evolucão até os smartphones pra ilustrar seu argumento;
- Descentralização é disruptiva (não estou certo de que este termo exista em portugues, mas significata "de ruptura" ou "gera ruptura") e é difícil de atingir;
- Via de regra, as empresas líderes de mercado são aquelas que conduzem o processo de evolução e inovação incremental. Basicamente, porque são líderes, conhecem melhor o cliente, tem mais recursos e podem gerar novos produtos mais rapidamente. Entretanto, são os novos entrantes que tipicamente vencem a batalha pela inovação disruptiva (vou continuar usando essa expressão té o final, vcs já entenderam o que ela quer dizer... hehe)
- Quando uma empresa de sucesso subitamente afunda (como acontece com a Digital Equipment nos anos 90), a resposta que o mercado aceita é que foram erros de gestão. Clayton pergunta "como pessoas tão brilhantes, que levaram as empresas ao sucesso, podem se tornar tão estupidas tão rapidamente?". Não é problema de gestão! É problema de inovação de ruptura!
- O exemplo de ruptura agora é a nossa Embraer (e a Bombardier, mas não conta!!!!!), como uma inovação de um novo entrante que forçou Boeing e Airbus a se mexer;
- Outro exemplo na indústria automobilística. GM e Ford estavam habituados aos altos lucros de vender carros grandes para pessoas grandes em um mercado grande. Toyota gerou uma ruptura ao criar carros menores, mais eficientes e com elevada qualidade para um mercado pequeno e invisível. Dominou o mercado automobilístico. E agora, a própria Toyota está sendo "morta" por outra ruptura, provocada pelos Coreanos (leia-se Hyundai), que aprenderam a fazer carros mais baratos com excelente relação custo x benefício e estão provocando uma séria ruptura (mais uma) neste setor;
- Um dos dilemas do inovador é precisar de recursos. Como custear a inovação??? (comentário pessoal: aí evidencia-se a importância das incubadoras e dos fundos de seed capital para apoiar os empreendedores e as boas idéias que pipocam nas universidades e não encontram recurso para se financiarem)
- (é engraçado, ele parece estar esquecendo palavras... ele raciocina com precisão, tudo faz sentido, mas em certas palavras ele trava e a palavra não sai... imaginei que talvez ele não fosse americano, mas é, nascido em Utah. Interessante...)
- Na questão de terceirização, ele afirma que a terceirização (outsourcing agressivo) coloca em movimento um processo de disruptivo de liquidação do modelo de negócios. A sustentação do argumento usa o exemplo da Dell versus a Asus. A Dell dominava todas as etapas do processo produtivo (Marca, Design, Cadeia de fornecimento, logística, montagem, e construção de mother boards). A Asus era um fabricante de placas simples de circuitos integrados na Ásia/ Seguindo o manual da terceirização das atividades não relacionadas ao core business, a Dell transferiu para a Asus a tecnologia para fabricar suas Mother Boards. O resultado foi fantástico, reduziu o custo, aumentou a lucratividade. A Asus sugeriu "porque não terceirizar mais, nos podemos montar os computadores pra vocês por 20% menos do que vcs gastam". ? A Dell gostou e terceirizou. Na sequencia, bons resultados, mesma história, e a Asus propos o mesmo para a logística e a cadeia de fornecimento. "Deixem que a gente gerencia pra vcs por 20% menos do ccusto". E lá se foi toda a logística e cadeia de fornecimento para a Asus. Bons resultados, etc e tal, a Asus volta a falar com a Dell: porque vcs não passam o design pra gente, podemos fazer por 20% menos". E lá se foi o design, afinal, a Dell entendia que o seu core business era a marca. Bons resultados, e tal e coisa e lá foi a Asus falar novamente com alguém. Mas dessa vez, ao invés de falar com a Dell, eles foram falar com a Best Buy (maior varejista de eletrônicos dos EUA) oferecendo um computador de qualidade equivalente aos da Dell, mas com um preço menos para venda no varejo dos EUA. E lá se foi o modelo de negócio da Dell...
- (É realmente curioso... ele realmente esquece as palavras. Ele consegue fazer analogias complexas para ajudar a turma a lembrar as palavras pra ele, ou seja, o cerébro está funcionando com perfeição. Só esquece as palavras...)
- Vendam as ações da Apple. Ela está na mira de possíveis inovações de ruptura, sendo a principal delas o Android (atenção: essa é a opinião do Clayton! Eu, possoalmente, não to dizendo pra ninguém vender nada...hehe). A razão pela qual o Android se apresenta dessa forma é o fato de ser um sustema aberto, em detrimento da teconologia proprietária e fechada da Apple
- Na indústria de celulares, outra que foi vítima de ruptura foi a Nokia. Outrora líder absoluta do mercado mundial de celulares, entrou naquela de ser "dinamicamente conservadora" e perdeu o bonde, sendo suplantada por Apple e Blackberry no mercado high-end, e por Samsung e HTC no middle-end. Reflexo disso: pela primeira vez na história a Nokia acaba de contratar um CEO de fora da Finlândia.
- O fim da aula foi emocionante. O cara foi aplaudido de pé pela galera... Todo mundo reconheceu o esforço dele de estar aqui. Bacan!
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Dia 24 - Quarta - 29/09 - tarde - Aula de CLAYTON CHRISTENSEN
Hello Everybody. Como a aula da semana passada do Porter, blogada "on-the-fly" recebeu feedbacks positivos, vou na mesma linha com o "figurão" dessa semana, Clayton Christensen. O cara é "O" cara quando o assunto é inovação, principalmente inovação de ruptura. Autor de "Disrupting Class: How Disruptive Innovation Will Change the Way the World Learns", "Seeing What's Next: Using the Theories of Innovation to Predict Industry Change", "Strategic Management of Technology and Innovation" e os dois mais conhecidos, "The Innovator's Dilemma: When New Technologies Cause Great Firms to Fail" e "The Innovators Solution: Creating and Sustaining Successful Growth". Com vocês, reflexões da aula de Clayton Christensen, sobre "como criar crescimento e gerir o crescimento de forma mais efetiva":
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3 comentários:
sensacional!!!
postagem on-line!!! em 5 minutos de leitura e entendimento do seu texto, parecia que era possível assistir a aula!!! muito legal!!!
a história da Dell, que entregou literalmente o ouro pro bandido!!!
outra, a nokia, tem gente que ainda ama a nokia, mas a coitada não fornece modelos que supra a necessidade das pessoas...
Allan, lendo este post, me perguntei como agradecer por esses momentos vividos junto com você aí em Harvard... Isso não tem preço. Muito obrigada, sucesso sempre. Andrezza Torres.
Allan,
Analisando este post, lembro quando você mudou, há tempos atrás, o nome da TI do Sebrae/PR de Tecnologia da Informação para Tecnologia e Inovação da Informação, temos que estar inovando sempre, não só em produtos, mas em processos, procedimentos etc.
É importante ressaltar que a inovação só se concretiza na comercialização ou nos resultados. Ela não é só invenção ou só ideia. Ela é igual a ideia + implementação + resultados (BARBIERE, 2009). Ela não é só um novo produto ou serviço. Só é inovação quando seu potencial de agregar valor fica claro e ela passa a ser efetivamente adotada por clientes ou usuários.
Nico
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