terça-feira, 19 de outubro de 2010

Dias 42 - Segunda - 18/10

Hoje vai ser o resumo da ópera mesmo, só pra não passar em branco. O dia de aulas acabou as 17h30 (desde as 8h literalmente direto, até o almoço foi em sala de aula), e os cases pra amanhã são extensos. Acabei de voltar da reunião noturna de todo dia e ainda tenho mais um pra ler, então, não tem outro jeito.

  • 8:00 - Case da Framedia, empresa de advertising da China, com enfoque na expansão financeira da firma e das possibilidades de fazê-lo num mercado que eles chama de "risk market". Em outras palavras, um mercado que nãotem grandes garantias e onde o risco de se fazer negócio é mais acentuado. Entre outras coisas, avaliamos se a empresa deveria fazer uma joint-venture com uma empresa local, tentar abrir capital na bolsa chinesa, aceitar oferta de compra de concorrente, e por aí afora;
  • 10:00 - Case da União Européia, com foco nas dificuldades de integração; nas "flexibilizações" que ocorreram ao longo do tempo para a inclusão de membros importantes mas que tinham economias complicadas; na criação da moeda única; nas dificuldades de integração das diferenças regionais; nas questões relacionadas a soberania; e, a questão mais polêmica de todas, na viabilidade ou não de incluir a Turquia na União Européia.
  • 12:00 - Aula-almoço com Ben Heineman, que foi diretor de compliance da GE, que falou sobre Alta Performance com Alta Integridade. Um apanhado de questões éticas e sobre as práticas da GE, que por sinal, competia com a Siemens nos mesmos mercados sem incorrer nos problemas em que esta última se envolveu (calma, já vem o case da Siemens... hehe);
  • 13:15 - Siemens no módulo de Corporate Accountability. Estudamos os problemas pelos quais a Siemens passou em no início dos anos 2000 com graves problemas de corrupção e suborno para realização de negócios e fechamento de contratos. Resumidamente, até 1999, por incrível que pareça, as leis Alemãs não proibiam o pagamento de suborno em mercados externos para assegurar o fechamento de contratos. Ao cotnrário, estes pagamentos eram "tax deductible". Nunca tinha opuvido falar disso, confesso que fiquei espantado! Em 1999, a legislação mudou por pressão da União européia e organismos internacionais, mas a cultura interna da organização permaneceu a mesma. Ou seja, a prática continuou, só que a partir da proibição, passou a ser feita por debaixo dos panos. O case foi bastante interessante, porque abordou questões delicadas. Na prática, as pessoas que continuavam fazendo o que faziam antes não o estavam, em tese, fazendo para benefício próprio. Em oturas palavras, elas não colocavam dinheiro de suborno no próprio bolso. Mas  por outro lado, eram esses subornos que asseguravam o cumprimento de metas, e, portanto, o pagamento de bonus. Por este viés, essas pessoas se beneficiavam sim, diretamente, do esquema vigente. Pra se ter uma idéia, em novembro de 2006, a soma associada a transações suspeitas sendo investigadas chegou a 420 milhões de Euros!!!!! A esta história, se seguiram as providências tomadas pela Siemens para resolver o problema (o que de fato fizeram, com firmeza e efetividade), incluindo troca do CEO, formas de comunicar a mudança, tolerância/anistia aos funcionários que tivessem incorrido no erro mas que ajudassem nas investigações e assim por diante. Além dos aspectos relacionados à gestãod a mudança envolvidos no case, ficou clara a importância da existência de regras muito claras de compliance que não deixem margem para dúvida na atuação dos profissionais envolvidos em negociação, principalmente em grandes empresas;
  • 15:00 - Bill George (autor de "Authentic Leadership" e "True North: Discover your Authentic Leadership"), falando especificamente sobre o último livro que trata da liderança baseada em princípios. O livro é muito bom (tivemos que ler os 3 primeiros capítulos antes da aula), mas a aula em si, não foi grande coisa. O cara tem um super-currículo, é conhecido e respeitado no meio empresarial e acadêmico, foi CEO da Medtronics e multiplicou o tamanho da empresa por 10 durante o período em que foi CEO. Mas hoje, ele foi bem menos do que brilhante.
Hoje recebemos a agenda da última semana. Agora vai mesmo voar. E cá pra nós... já tá mesmo na hora!!!!!

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