Mas vamos ao que interessa!
Comecemos pela Samsung, que já teve gente cobrando nos dias de "silêncio". Infelizmente, vai ficar pra amanhã... explico: amanhã trabalho Samsung de novo pelo viés do Marketing. Assim, pra não ficar repetitivo, vou deixar pra falar de Samsung uma vez só, e vou fazê-lo amanhã a noite. Então, Samsung estará no ar amanhã, sem falta.
Hoje o negócio recomeçou com Marketing, Efetividade Organizacional e Finanças. Como de costume, comecemos pelo mais chato (para o meu gosto, bem entendido). Hoje o Fruham fez uma espécie de "amarração" do curso de financas. Ao longo das primeiras 4 semanas do curso, falamos de lucratividade, fluxo de caixa, custo de capital, estrutura financeira, endividamente e alavancagem, crescimento sustentável e valoração de ações. Hoje, foi o dia de entender como essa coisa toda funciona junta no processo de construção da estrutura financeira de uma empresa e o impacto de decisões relacionadas aos temas acimas na valoração da ação de uma empresa, por exemplo.
A aula do Tushman hoje (efetividade organizacional) foi um tanto quanto inconclusiva. Ou, diria eu, gasosa... A tentativa do Tushman hoje foi trabalhar questões relacionadas a poder e a influência da cultura organizacional no uso deste poder. Para tal, ele utilizou um video-case da British Steel bem recente: de 1975! Ok, tudo bem que cultura é uma coisa que ainda se baseia em conhecimentos que não evoluem assim tão rapidamente, mas o filme era meio bizarro, excessivamente datado e a galera saiu com a sensação de que ficou faltando alguma coisa. Basicamente, o vídeo apresentava um processo decisório sobre a aquisição de uma ou duas nova plantas dentro de um contexto em que as relações de poder eram determinantes para a decisão. Na época, o "ego" de um dos diretores convidou uma televisão para acompanhar o dia a dia do board de diretores da British Steel, e assim, eles conseguiram registrar absolutamente tudo! E como resultado, ao final do processo decisório, todos os diretores envolvidos foram demitidos!
O processo retratado em si é bizarro (essa expressão surgiu em sala de aula, inclusive). Um diretor de operações, engenheiro, técnico, tem certeza de que o melhor para a empresa é adquirir duas plantas. Porque? Porque sim, ué!!!! Porque ele sente que é o melhor. O processo se desenvolve baseado no que Tushman chamou de "fact-free conversation". Ou seja, uma decisão de vários milhões de dólares sem dados e fatos à mesa. E aí, há espaço pra todo tipo de conchavo, armação, jogo baixo, dissimulação, e assim por diante. No final da brincadeira, depois que o Big Boss já está convencido de que o investimento teria que ser nas duas fábricas, o CFO, finalmente, coloca razão no negócio e prova por A + B que o melhor para a companhia não é comprar uma nem duas plantas, mas NENHUMA (primeiro momento de lucidez em todo o vídeo)! Mas não adiantou nada. Compraram as duas e todo mundo foi pra rua pela besteira que fizeram. Reflexões:
- Em situações de divergência de opiniões, sempre aposte no indivíduo movido pela paixão. Esse é o cara que vai fazer tudo o que for preciso para que seu ponto de vista prevaleça (caso do tal engenheiro da British Steel, que mesmo com um argumento falho - ou sem argumento concreto nenhum - conseguiu encontrar os meios pra conseguir o que queria - ele era o único que tinha "coração" no processo);
- Falando em coração, conseguir envolvimento passa pelo cérebro das pessoas. Conseguir comprometimento, passa pelo coração - envolvimento emocional!
- Muitas pessoas e empresas podem copiar seu scorecard; muitas pessoas e empresas podem copiar sua estratégia ou sua estrutura; mas pouquíssimas pessoas ou empresas podem copiar sua cultura. Ou seja, a cultura pode representar um diferencial competitivo forte, efetivo, e difícil de ser copiado!
- Uma maneira de fortalecer (ou identificar) a cultura vigente é ouvindo ao que as pessoas falam, prestar atenção às suas histórias, aos heróis, aos mitos. É aí que está a principal fonte.
- Como uma empresa como a British Steel (grande, supostamente profissional, bem estruturada) pode desenvolver uma cultura "fact-free" no processo decisório? O que pode levar uma empresa a abandonar a análise por critérios concretos para adotar uma prática em que as relações de poder e influência falam mais alto, mesmo contrariando os números?
- Uma constatação interessante: Tushman pediu para que todos que já tenham passado por uma situação como a descrita no case, levantasse a mão. TODOS levantaram. É muito mais comum do que parece. Quando a gente vê no vídeo na empresa dos outros, acha bizarro. Mas pelas mãos levantadas, acontece o tempo todo no nosso quintal. Porque?????
- o CEO NÃO PODE delegar a marca. A marca traduz a visão do principal executivo. Como tal, é indelegável!
- Mais óbvio, impossível, mas vamos lá: quando falamos em construcão de marcas globais, não dá pra ser bom em tudo. Mas há que ser MUITO bom em algumas poucas coisas.
- Marcas que são fortes globalmente são fortes na origem. Não dá pra se tornar gobal e relegar a marca a segundo plano onde ela começou (coisa que acontece com mais frequencia do que imaginamos).
Amanhã, temos Disney, Samsung e Enron. Promete ser um grande dia. Pra fechar, uma frase do Jack Welch, dita em sala hoje pelo Quelch:
"Anyone can manage for the short term; anyone can manage for the long term; but very few people can manage for the short AND the long term".
5 comentários:
show... valeu esperar...
1) aulas gasosas seriam aulas flatulentas?
2) excelente aula sobre suas reflexões, a mais brilhante, é não se pode copiar a cultura de uma empresa.
3) Museu de Historia Natural é tudo de bom!!!!
4) Vc tem certeza que é um curso de Management avançado? Não seria um curso de psicologia avançado??
Allan,
Você está virado num "case man", analisando tudo como um case.
:D
Abraços
"Case Man", essa foi muito boa!
Mas gostei também do Museu,bem interssante esse seu lado, queria saber mais, já que pra nós é um lado pouco conhecido, kkkkkkk
Allan, tudo bem??!! :-)
To acompanhando todos os teus posts (btw, absolutamente sensacionais!!), extrapolando em reflexões e com um zilhao de anotações para longas e exaustivas discussões na tua volta. Mas o assunto de hoje é uma das minhas paixões: o lance da cultura. A cultura é determinante para consolidar nas pessoas (que são a organização em si) quais os critérios que validam as suas ações. E a empresa, organismo vivo que é, realiza o que é validado pela cultura. Quando detectamos a necessidade de grandes mudanças, a essencia para começar seria identificar impactos da cultura na execução da estrategia? Conseguimos grandes mudanças de posicionamento institucional sem mudar a cultura? blablabla etc etc etc? (A pauta já transbordou kkkk...)
Bj!! Até!!
Pois é Naira! Nem só de aventuras de moto vive o ser humano... hehe... A família veio pra cá no break, e aí tive que fazer o roteiro voltado pro gurizinho de 8 anos... Museu de história natural, madame tussseaud, aquario e por aí vai. Abração pra vc e pro Norman.
Postar um comentário