Resumo da ópera:
- Nigéria - história de evolução econômica silimar à da Índia. Muita coisa por favor, corrupção em níveis estratosféricos, diferenças étnicas e tribais muitíssimo difíceis de conciliar. Economia centrada no Petróleo. 70% da população vive abaixo da linha de pobreza (USD 1 por dia, dados de 2008). Mas do outro lado, perspectivas excelentes se o País fizer a lição de casa. Estudos mostram que a Nigéria poderia estar entre as 25 maiores economias do mundo em 2025 e, em um cenário otimista, poderia ser a oitava economia em 2050. Mas pra isso, uma série de reformas estruturais precisam ser feitas, e a comunidade internacional para estar atenta aos movimentos que ocorrem por lá a fim de avaliar, no médio prazo, se as previsões vão se concretizar. Tais reformas passam por (i) reforma das instituições e do governo em si, seguidas por reforma fiscal e re-estruturação dos débitos do País; (ii) incentivo a privatizações para alavancar o setor produtivo privado e reduzir o tamanho do Estado; (iii) assegurar estabilidade fiscal e monetária além de combate intenso à corrupção; (iv) investimento em infra-estrutura; (v) investir em desenvolvimento humano - saúde, educação, emprego; (vi) reduzir a dependência do Petróleo.
- Microsoft x Intuit - case de finanças analisando a evolução da estrutura financeira vs desempenho das ações da Microsoft na bolsa ao longo do tempo, com especial atenção à tentativa de aquisição da Intuit (do software Quicken, concorrente do extinto Money) por parte da empresa de Bill Gates. Imagine uma empresa com excesso de caixa. Agora multiplique por 1.000. Essa era a situação da Microsoft no início da década de 90. Em 1997, a Microsoft chegou a fazer todo um movimento partindo dos seus próprios executivos chave, para convencer o mercado de que as ações da empresa estavam super-valorizadas!!!!! Sim, não escrevi errado não, eles fizeram uma intensiva campanha para convencer investidores de que as ações estavam com sobre-preço e que as perspectivas de retorno financeiro não eram tão promissoras quanto os investidores estavam achando. Existem várias razões para isso, dentre elas o fato de que opções de ação que eram amplamente distribuídas para funcionários estavam para vencer e a Microsoft ia ter que recomprar um caminhão de ações no mercado para ajustar a distribuição aos funcionários. Do lado do excesso de caixa, a tentativa de compra da Intuit era exatametne para de alguma forma, alocar o excesso de luquidez em algum negócio que podia gerar sinergia. Um movimento difícil de compreender, já que com metade do valor oferecido para a Intuit, a Microsoft podia construir produtos tão bons quanto ou até melhores do que aqueles que ela estava adquirindo da empresa. Coisas que só as engenharias financeiras inventivas podem explicar...
- FBI - O último case do dia foi sobre o FBI e a reinvenção da agência após o 9/11. Tivemos na aula o SAC de Boston, puta cara importante. SAC é o Special Agent in Charge. Em outras palavras, o cara que manda prender e soltar numa determinada região e que manda em toda aquela turma de distintivo e arma em punho que impressiona nos filmes. O case em si, não traz nenhuma grande novidade em termos de olhar o que aconteceu e aprender com isso. Os problemas que são percebidos pela análise da história e pelos depoimentos do Tushman e do agente são problemas bem familiares para a maioria de nós que via de regra nos deparamos com problemas de cultura e estrutura organizacional em diversos momentos: dificuldades de comunicação, áreas de sombra entre unidades, rivalidade (no caso, com a CIA, que cuida da inteligência externa), falta de definição clara de papéis e funções, foco distorcido com relação ao core business, e assim por diante. O que é, neste caso, estarrecedor, é que quando enfrentamos problemas dessa natureza na maioria das nossas empresas, nosso prejuízo, no máximo, é financeiro. No caso do FBI, custou a vida das milhares de pessoas que foram mortas no 11/9. Logo após o atentado, me lembro de várias conversas entre amigos, quando comentávamos, nos abstraindo, evidentemente, da tragédia que foi o fato em si, que o processo de planejamento do atentado deveria ser estudado. Imagine-se planejar algo deste tipo, a logística envolvida, os preparativos, quanto tempo os caras tiveram que planejar antes, os detalhes, etc e tal. Depois de ler o case e presenciar a aula de hoje, posso afirmar que o planejamento foi CHEIO de furos. O FBI e a CIA capturaram VÁRIOS indícios CLAROS de que alguma coisa estava para acontecer. Os caras que se inscreveram nas escolas de aviação foram reportados, inclusive, com a informação de que vários deles pertenciam à Al-Qaeda e a grupos fundamentalistas; um deles chegou a ser interrogado por um agente que entrou no apartamento onde o cara tava e deu de cara com um poster do Osama na parede; cidadão relacionado em lista de possíveis terroristas vôou livre e alegremente pelos EUA; vários relatórios foram elaborados e circularam pelas agências; reuniões ocorreram em que, entre os presentes nas reuniões - todos agentes dos EUA - estava toda a informação disponível sobre o quebra-cabeça. Essas informações juntas, exatamente como num quebra-cabeça, mostravam exatamente o que estava para acontecer. Entretanto, ninguém, individualmente, tinha todas as informações. Isso ocorreu porque o FBI considerava que suas informações não podiam ser repassadas à CIA e vice-versa. Ou seja, os meninos estavam brincando de resolver o famigerado quebra-cabeça, mas cada um guardava as suas peças no próprio bolso. O resultado, todos conhecemos... Depois disso, o FBI passou por uma radical transformação, redefiniu suas prioridades, eliminou áreas de sombra, as agências acabaram com a coisa de "classified information" entre si e a formação de agentes deixou de ser generalista (eles saíam da academia tendo aprendido um pouco de tudo) e agora é altamente especializada (existem trilhas de carreira para contra-inteligência, contra-terrorismo, investigação de crimes, cyber crimes). O curioso é que a mudança há muito tempo era percebida como necessária... mas só ocorreu quando a coisa desandou... alguma semelhança com histórias que todos nós, seguramente, conhecemos?
Amanhã temos um dia que me interessa particularmente, será o "Technology Day" e entre outras coisas, vamos estudar a estratégia de "dominação do mundo" do Google. Estou até com vontade de ler os cases... hehe
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